Sobre amigos, ciência e descrença

Palestra proferida na Especialização em Educação em Ciências, Universidade Federal do Pampa - Unipampa, em 26/10/2012.


Boa noite a todas e a todos!
Antes de tudo, quero começar falando dos amigos, essas pessoas que são os irmãos que a gente escolhe. Bom, para mim, uma dessas pessoas é o professor Edi e, ao que parece, ele me tem a mesma consideração. Aliás, diria mais, que sua visão distorcida de amigo o faz ter uma consideração exagerada a meu respeito, a ponto de me convidar para falar a vocês hoje, como se eu não fosse um mero acadêmico de ciências da natureza. Ele inclusive me sugeriu que minha fala fosse por uma hora, mas, como tenho certeza de que ninguém aqui precisa de sonífero, vou ser bem mais breve (prometo não me estender por mais do que 59 minutos). Mas o máximo que posso fazer por meu amigo é dar todo o meu empenho e tentar merecer essa acolhida bondosa de vocês, enquanto tento lhes falar de ciência e de uma forma de ver o mundo que é, ainda, incomum em nosso país, pedindo antecipadamente escusas por minhas eventuais falhas.
Mas eu falava de amigos; nesse campo me considero um homem de sorte; aqui, por exemplo, posso ter a prova disso. Em um espaço exíguo como esse tenho dois de meus melhores amigos. Um, como já citei, é o professor Edi; a outra, essa pessoa linda com quem vocês também têm o privilégio de conviver que é a Lica. (só não contem pra ela que eu falei assim se não ela vai ficar se achando ainda mais do que o normal).
Bom, agora em outubro estávamos, a Lica, eu e outros colegas, em Rio Grande a fim de participar do Seminário Internacional de Educação em Ciências, o Sintec. Em um momento de folga, tivemos o prazer de assistir a um espetáculo da natureza: um pôr de sol numa praia de nuvens coloridas e águas enfeitadas por golfinhos. Pois essa amiga que divido com vocês me olhou com seus profundos olhos azuis e questionou: “Guto, como você pode não acreditar em uma força maior frente a toda essa beleza? Não passamos de grãozinhos de poeira frente a toda essa imensidão!”
Meus caros, minhas caras, é bom esclarecer “de cara”, eu sou ateu. Eu não acredito em deuses (nenhum), eu não tenho espiritualidade, eu não recorro a forças sobrenaturais quando estou com problemas, e quando morrer, acredito que serei apenas repasto para os vermes e micro-organismos que decomporão minha matéria, e esta, nas palavras de Raul Seixas, alimentará a erva, e esta erva alimentará outro homem, e eu continuarei nesse homem, e nos meus filhos, na palavra rude que eu disse para alguém que eu não gostava, e até no whisky que eu não terminei de beber aquele dia.
Sempre que eu falo que sou ateu a alguém pela primeira vez, eu me lembro de um texto do dr. Drázio Varella (aquele careca que aparecia no Fantástico falando sobre saúde). O dr. Dráuzio é um médico respeitadíssimo, epidemiologista e com largo histórico de ações sociais. Bom, diz ele que é comum, quando as pessoas descobrem seu ateísmo lhe perguntarem: Dr. Dráuzio, o senhor não acredita em Deus? Mas o senhor parece um homem tão bom!
Para mim nunca ninguém disse isso, talvez porque eu não seja tão bom quanto o dr. Dráuzio. Mas geralmente as primeiras reações são: “Ah, não existe ninguém realmente ateu”; “Por que você é revoltado contra Deus?”; “Se você não é de Deus, então é do Diabo”; ou, minha preferida, “coitado! O que aconteceu de tão ruim na tua vida?”.
É, é essa mais ou menos a visão que a maioria tem do ateísmo! Nós, ateus, somos ou as ‘pessoas más’, como define o apresentador Datena, o qual disse que quem comete crimes hediondos é, na verdade, ateu, ignorando que as cadeias estão cheias de pessoas religiosas, ou aqueles que são rebeldes e querem contrariar o próprio Deus, ou são pessoas que passaram por tanto problema que chegaram à conclusão que Deus não existe.
Bom, meus caros, minhas caras, eu já cometi crimes. Por exemplo, em 1984, eu participei de um comício pró Diretas Já, algo que estava proibido pelo governo militar e que, portanto, na época era crime, tanto que acabei recebendo uns “carinhos” da Brigada. Também já ajudei na ocupação de terras abandonadas pelo Estado, aqui mesmo, em Uruguaiana, por um grupo de famílias sem-terra que hoje estão assentadas lá; isso também, se vocês observarem a Lei, poderá ser definido como crime. Mas não é por esses ou outros crimes que sou ateu.
Quem me conhece sabe que sou um eterno rebelde, que não gosto das respostas prontas, que sempre questiono, até mesmo aquilo que penso, que não tenho certezas, mas que adoro as dúvidas que tenho; mas não é essa rebeldia que me fez ateu.
Eu não desacredito somente de Deus, também não acredito em alma, duendes e na Mãe Diná. O Diabo, para mim, é tão mitológico quanto o fato de o governo não ter dinheiro para pagar melhor os professores; portanto não foi, também, a crença no chifrudo, no cramunhão, no sete-peles, que me fez ateu (aliás, graças a deus!).
E sobretudo, pessoas, eu tive e tenho problemas. Problemas de dinheiro, problemas de doença e de morte na família, problemas judiciais, problemas emocionais, eu tenho asma, sou feio, sou baixinho, gordo e branco como um papel, mas nenhum desses ou de quaisquer outros problemas me tornaram ateu.
“Então, por que cargas d’água”, já escuto alguns pensarem, “você se tornou ateu, seu besta?”
Vou dizer-lhes em uma frase: porque não acredito em Deus! Simples assim! Eu me tornei ateu porque, depois de ler, de analisar, de conversar, de observar, cheguei à conclusão de que não havia necessidade de uma força superior para explicar ou entender o mundo!
“Ah”, talvez alguns estejam pensando, “então você não acredita no amor, na beleza, na paz?”
Surpresa, pessoas, é bem ao contrário. Eu adoro estar em paz, e propiciar a paz e a alegria aos que me cercam. Me emociona a beleza de um pôr de sol, de um animalzinho, de uma flor, do rosto dos meus filhos, da verdadeira coragem, de uma sinfonia ou de um bom rock, de um filme de Almodóvar, de um livro de Hemingway ou dos olhos da mulher por quem sou apaixonado mesmo sem saber se sou correspondido... Aliás, sobre amor, sobretudo eu amo! Eu amo a meus filhos, eu amo meus amigos, eu amo viver, amo respirar, amo poder estar aqui, com vocês hoje! Talvez a diferença em nossos sentimentos em relação a tudo isso não esteja na intensidade, como muitos pensam. Embora eu não possa saber se o amarelo que vocês veem é o mesmo que eu vejo, não acho possível que vocês se emocionem mais do que eu quando enxergam um canário, embora eu não possa medir o amor de vocês, não creio sinceramente que vocês amem mais a seus filhos do que eu amo os meus, ou mesmo, como já citei, que vocês se sintam mais apaixonados por seus respectivos interesses amorosos do que eu pelo meu. Não penso que vocês curtam mais seus momentos bons do que eu aos meus.
Então qual a diferença? Talvez a única diferença, nesse ponto, entre nós, seja o maravilhamento frente ao que se vê. Se vocês Se maravilham com algo que acreditam ser uma dádiva divina eu, além me maravilhar com a natureza ou de uma beldade que passa, também me maravilho com uma fórmula matemática que tenta explicar como o Universo se comporta, também me maravilho quando descubro um pouco mais sobre as leis do Cosmo, e também me maravilho, acreditem, eu amo saber como funciona a vida!
Diferente? Talvez, mas talvez não tanto; não estou sozinho nessa opinião. Charles Darwin, por exemplo, afirmou que existe beleza nessa visão de vida, embora ele não fosse ateu no sentido de negar a divindade, mas agnóstico pois, embora não acreditasse, dizia não ter elementos suficientes para negar a existência de Deus.
Já Huxley, conhecido como “o buldogue de Darwin” por ser o principal defensor público da Teoria da Evolução, afirmava que “o maior pecado contra a mente humana é acreditar em coisas sem evidências. A ciência é somente o supra sumo do bom senso – isto é, rigidamente precisa em sua observação e inimiga da lógica falaciosa.
Além desses, podemos citar Einstein, Chaplin, Dawkins, Daniel Redcliff (o Harry Potter do cinema), Woody Allan, Luiz Fernando Veríssimo, PC Siqueira, Steve Jobs, Antônio Banderas, Allan Turing, Bill Gates, Angelina Jolie e Brad Pitt, Renato Russo, Stálin, Hugh Laurie (o Dr. House), Bruce Lee, Pol Pot, José Saramago, Alfred Hitchcock,Fernando Henrique Cardoso, Bruce Willis, Caetano Veloso, Chico Buarque, Che Guevara, Freud, Herbert de Souza (o Betinho da campanha contra a fome), Jorge Amado, Karl Marx, o ator Matheus Nachtergaele, Faucoult, Monteiro Lobato, Oscar Niemeyer, Pablo Picasso, Ziraldo, Neruda, Umberto Eco, Aline Moraes, John Lennon e o seu Martinho, o bolicheiro da esquina da minha casa.
São atores, políticos, diretores, escritores, ditadores, cientistas, pessoas comuns... Alguns, como Pol Pot ou Stálin, eu considero assassinos, parte da escória da humanidade e me envergonha pertencer à mesma espécie biológica que eles, outros, como Umberto Eco, Dawkins, Saramago, Neruda ou Lennon, eu admiro muito. Mas se os admiro ou abomino, não é pelo fato de serem ou não ateus; da mesma forma execro religiosos como Tomás de Torquemada e sou admirador de religiosos como Gandhi ou Frei Betto.
Mas é uma lista imensa, de todos os matizes. E o que todos têm em comum? Apenas o fato de não acreditarem em uma divindade!
Entretanto, se não acreditamos em divindades, no que acreditam os que não acreditam? Bom, o ateísmo não é uma doutrina unida no que acretida, mas no que não acredita. Há ateus, como Freud, que acreditam no sexo, há ateus como Marx que acreditam em luta social, há ateus como Picasso que acreditam na arte. Eu, particularmente, embora acredite em todas essas coisas, sou adepto da ciência, mas não posso definir isso como fé. Talvez minha única fé irracional, aliás, seja de que o Grêmio ainda possa ser o campeão brasileiro desse ano.
Para a ciência eu não preciso de fé, eu preciso de análise de evidências. Não bastou, por exemplo, que Darwin tivesse escrito a Evolução das Espécies para que acreditássemos em sua teoria; se hoje nela acretamos, 153 anos depois de sua publicação, é porque nesse século e meio acumulamos evidência sobre evidência de sua plausabilidade. Mas e se, por exemplo, um dia, encontrarmos um fóssil de coelho e o datarmos do Cambriano, uns 500 milhões de anos antes do que ele deveria estar? Bem, então a Teoria da Evolução cairá e uma nova hipótese terá que ser formulada, com evidências que a apoiem. Simples assim, não somos casados com ideias, apenas aceitamos àquelas que são apoiadas pelas evidências.
A isso, Karl Popper, meu teórico favorito sobre filosofia da ciência chama de falseabilidade, ou seja, a possibilidade de se provar, através de evidenciação, que uma teoria é falsa é que a torna cientificamente aceitável. Assim, por exemplo, a Teoria da Relatividade, de Einstein, quando foi testada em 1919, através de um eclipse observado no Brasil, constatando-se que a mesma era plausível com a observação, da mesma forma teria sido derrubada se o experimento tivesse demonstrado ao contrário.
Já, por exemplo, a astrologia não pode ser provada errada, se você propuser um teste, jamais conseguirá prová-la equivocada, pois sempre haverá um “outro astro que influencia de forma diferente”; se você nasceu em 20 de junho, é de gêmeos, e portanto um sonhador. Se você nasceu em 20 de junho e não é um sonhador, então é pela influência de um signo que estava ascendendo, ou de um outro astro que estiver regendo sua vida, ou de um milhão de outras possibilidades, ou seja, você nunca poderá provar que tal afirmativa está incorreta.
Uma experiência famosa, por exemplo, realizada por James Randy, entregou a diversas pessoas em uma sala um mapa astral dizendo que era individual de cada um; após a leitura, constatou-se que o mapa estava certo na maioria de suas afirmações. Então veio a surpresa: era o mesmo mapa entregue a todos, e o mapa era do ex-presidente americando George Bush. Mas isso fez cair por terra a astrologia? Não, ela segue firme e forte diariamente em nossos jornais.
Com isso eu estou afirmando que devemos exterminar coisas como a astrologia? Não, estou dizendo apenas que não podemos chamá-la de ciência.
Thomas Khun nos diz que a Ciência é uma espécie de quebra-cabeças, com diversas peças faltando; eu não gosto da famosa metáfora de Khun, para mim ela deixa parecer que, por exemplo, a Teoria da Evolução é uma peça que já foi encontrada e que não poderá, sob hipótese alguma, estar errada. Prefiro a visão da filósofa Susan Haack, que nos fala das palavras cruzadas da ciência.
Imaginem, por um momento, diz Haack, uma palavra cruzada imensa, infinita. Bom, o grau de acerto de uma palavra em um jogo de palavras cruzadas depende do quanto esta é apoiada corretamente pela definição e por quaisquer palavras já preenchidas que venham a interceptá-la; do grau de razoabilidade independente das outras palavras, isto é, independentemente da que está em questão; e de quantas palavras cruzadas foram já preenchidas. Da mesma forma, o grau de justificação de uma convicção depende da forma como está bem sustentada pela prova experimental e pelas razões, isto é, pelas convicções anteriores; do grau de justificação independente destas convicções anteriores, isto é, independentemente da convicção em questão; e do número de provas relevantes que a prova inclui. A qualidade da prova para uma asserção é objetiva, dependendo do quanto esta sustenta a asserção em questão, de quão abrangente e de quão independentemente certa ela é.
O quê? Alguém entendeu algo? Bom, vamos tentar simplificar o que quer dizer tudo isso pegando um pedaço minúsculo dessa palavra cruzada matafórica. No final do século XVIII, naturalistas, dentre os quais o avô de Charles, Erasmus Darwin, descobriram que, ao contrário do que se pensava, as espécies não são estáticas, elas se alteram. Então, no começo do século XIX, Jean Batiste Lamarck lança a teoria do transformismo, aquela que diz que a girafa espicho o pescoço para pegar as folhas mais altas e, por isso, seu filho nasceu com um pescoço mais longo. Uma teoria não atrapalhava a outra, estavam confortavelmente instaladas no jogo. Mas então, em 1959, Darwin lança “A Origem das Espécies” e sua Seleção Natural, obra muito bem embasada em evidências e experiências. A mudança das espécies segue se encaixando, mas a teoria de Lamarck não se encaixa à de Darwin, e como esta última é muito mais condizente com as evidências e apoiada por experimentos, acaba por derrubar a teoria de Lamarck, deixando o espaço livre, até que as teorias de um monge chamado Mendel se encaixem, reforçando a Seleção Natural ainda mais, da mesma forma que reforça a si mesma.
Dessa forma, a ciência é uma eterna busca pela verdade, embora ela possa nunca ser encontrada por inteiro. Ainda assim, como nos diz o biólogo e escritor de ficção científica Isaac Asimov, mesmo que as verdades não sejam absolutas, ou que existam erros na visão que temos, ainda assim algumas visões erradas estão mais próximas da verdade que outras. Por exemplo, antes acreditava-se que a Terra era o centro do Universo e tudo mais girava em torno dela. Depois, por observação, concluiu-se que uma explicação muito melhor seria pôr o sol no centro do Universo, girando a Terra e os outros astros ao seu redor em órbitas circulares. Kepler nos deu as órbitas elípticas. Hoje, sabemos que nenhuma dessas visões é exata, mas a segunda era ‘menos errada’ que a primeira, que era mais errada que a terceira.
Mas então a Verdade (com V maíusculo) não existe? Acho que não é bem assim. Talvez apenas não a consigamos ver. Imaginem que estejamos fora dessa sala (na verdade que nunca tenhamos entrado nela) e nos surja um questionamento: existem cadeiras nessa sala? E se sim, quantas? Bom, talvez, como nossos antepassados, começássemos tateando. Alguém poderia até afirmar que Deus jamais teria criado uma sala imensa como essa, que vemos pelo lado de fora, sem ter posto cadeiras nela, já que Deus não faz nada que não seja sábio. Outros chutarão. Alguns poucos tentarão, talvez ver pelas janelas ou usar equipamentos. Não importa. Podemos até nunca descobrir exatamente quantas cadeiras existem exatamente na sala, mas a verdade desse número existe, quer o conheçamos quer não.
Inclusive, sobre o deduzir sobre não estar presente para ver, coisa muito criticada pelos detratores da ciência que atacam, por exemplo, a já citada Teoria da Evolução afirmando que ninguém estava lá quando os homens se separaram dos outros primatas, e portanto não há como afirmar que tal ocorreu, lembro-me de outra metáfora. Imagine um cano. Por esse cano entra um rato em um lado. Pelo outro lado entra um gato. Não vemos o que ocorre dentro do cano, mas o gato sai pelo lado contrário ao que entrou, enquanto o rato não sai nunca mais e, se verificarmos o cano, veremos que ele tampouco está lá dentro. Ninguém viu o que aconteceu, ninguém presenciou, mas a lógica nos diz que o gato comeu o rato. Pois é mais ou menos assim que funciona o processo. Você realmente não pode estar na origem do homem, ou na explosão de uma supernova, ou no instante do big bang, mas seus ecos podem ser observados e, a partir desses ecos, formula-se hipóteses e estas hipóteses, quando devidamente comprovadas por evidencias, tornam-se teorias, ou seja, modelos para explicar àquele fenômeno.
Em suma, esse é meu “credo cético” baseado em evidências. E o que quero, hoje? Convencer vocês de que isso é o correto, de que essa é a única forma verdadeiramente efetiva de ver o mundo? Não. Apenas tento mostrar a forma que pessoas como eu pensam para que sejamos vistos, não como as ‘pessoas más’, ou os rebeldes que querem contrariar o próprio Deus, ou as pessoas que passaram por tanto problema que chegaram à conclusão que Deus não existe; ou, quem sabe, apenas para que, na próxima vez em que eu for à praia com uma loira linda, não seja mais questionado sobre como posso não apreciar um pôr de sol apenas por ver nele a grandiosidade da energia solar gerada por fusão nuclear a oito minutos-luz daqui, cujos fótons se chocam com a atmosfera terrestre em ângulos inclinados, causando a refração da luz a qual, refletida em poucas nuvens podem matizar o céu de várias cores, refletidas pelo oceano onde nadam cetáceos, tornando aquele pôr de sol enfeitado por madeixas cor de trigo maduro um dos mais belos que já vi, mas não por causa do dedo de deus.


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