Postagens

Mostrando postagens com o rótulo política

Confesso, eu sou machista

Imagem
Tá bom, minhas caras feministas, eu reconheço: sou um machista ! “Mas logo você”, ouço alguns amigos e amigas me questionando, “você que sempre vi defendendo direitos iguais independente de sexo, identidade de gênero, etnia, crença ou filosofia?” Sim, minhas amigas, meus amigos, me descobri um machista; simples assim, sou um machista, mea culpa , mea culpa , minha máxima culpa! É bom esclarecer, entretanto, que você não deve usar, para me definir assim, o sentido do dicionário, de que machismo é o “comportamento que tende a negar à mulher a extensão de prerrogativas ou direitos do homem” 1 . Longe de mim! Eu defendo e luto por um mundo igualitário, com oportunidades, direitos e deveres iguais para ambos os sexos! Eu defendo o direito à mulher ser o que ela quiser ser, sem precisar se explicar por isso; a ter o emprego que desejar ter e não receber menos que qualquer homem com o mesmo emprego... Direito inalienável a votar e ser votada para qualquer cargo eletivo sem sofrer dis...

Referendo e mentiras estatísticas

Imagem
Um ditado popular diz que existem as mentiras, as grandes mentiras, as mentiras imensas e as estatísticas. É famosa, por exemplo, a anedota que diz que certo sujeito morreu afogado em um lago com profundidade média de 20 cm (só que, na parte em que ele escolheu nadar, o lago tinha 5 metros)... Existe um plebiscito na internet requerendo um referendo popular para tornar o Brasil, oficialmente, um país cristão. Referendo, para quem não sabe, é um instrumento constitucional, regulamentado pela Lei n.º 9.709/98 , como forma da população retificar uma norma. Se aprovado, o referendo modificaria o Art. 19 da Constituição Federal , em seu Inciso I, que diz que é vedado ao Estado estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público. Ou seja, acabaria com a laicidade do Estado brasileiro, garantindo qu...

O que faz um prefeito?

Imagem
A pré-campanha para a prefeitura do maior colégio eleitoral do país, São Paulo, já está em pé de guerra. Ataques de lado a lado, acusações, entrevistas e esse pandemônio todo que deve durar, pelo menos, até outubro. Sim, caro leitor, sei que a campanha (ou pré-campanha, vá lá...) não se restringe a São Paulo, que o Rio de Janeiro, Porto Alegre, ou até mesmo minha cidade, Uruguaiana, já começam a fervilhar com o clima de combate entre os postulantes ao cargo-mor dos executivos municipais, mas São Paulo, este ano, está conseguindo se destacar em sua pré-campanha, se não pela qualidade dos “prefeituráveis”, ao menos por sua bizarrice. Para começar, temos o caso do deputado federal Francisco Everardo Oliveira Silva, o popular Tiririca, do PR, que segundo reportagem do Diário de São Paulo , do alto dos 1,3 milhão de votos alcançados em 2010, cogita concorrer à prefeitura da maior cidade da América do Sul. O deputado, segundo a reportagem, se define como o “Prefeito do Povão”. Tiririca, para...

Supremo refaz as contas: XX+XY=XX+XX=XY+XY

Imagem
Na última quinta (5/5), tive um dia cheio. 7h da manhã estava no ônibus pro trabalho, 19h, discutia o significado biológico da vida na faculdade e, na uma hora de intervalo entre os dois, reunião do Grupo de Estudos em Origem e Evolução da Vida. Cheguei em casa ‘quebrado’, louco por uma cama confortável, mas enquanto comia uma torrada para manter a forma (esfera é uma forma, certo?), passava os olhos pelo e-mail em busca de algo que não pudesse ser deixado para o dia seguinte. Surpresa! Uma mensagem da Liga Humanista Secular (por sinal, muito bem redigida, adoro um texto bem escrito) dava conta do dia histórico: O Supremo Tribunal Federal (STF) aprovara, por unanimidade, o reconhecimento das uniões homoafetivas como união estável. “Já não era sem tempo!”, expresso sorrindo para o monitor, enquanto meu filho mais velho espera impaciente que eu libere o computador e minha mulher pergunta se quero outra rodada de pão, queijo e presunto aquecidos. Sim, caro leitor, cara leitora, já não er...

Pesadelo

Imagem
Telmo sente-se desconfortável no divã, apesar de todo o esforço do jovem médico para deixá-lo à vontade. — Se você preferir – diz-lhe o psiquiatra – pode sentar na cadeira; o importante é que você se sinta confortável. — Não, aqui mesmo está bom – responde Telmo, embora sentisse que o corpo doía, como se os sonhos repetitivos que o levaram à consulta estivessem vagarosamente se apossando de seu corpo. — Mas você me falava de sonhos... Antes de responder, Telmo passa os olhos castanhos pelo ambiente decorado com bom gosto, detendo o olhar sobre a mesa onde observa, ao lado do busto de Freud, que o médico esquecera de mudar o mês do calendário, o qual ainda está em junho de 1973. — Sonhos não, doutor – diz, por fim –, pesadelos! — Pesadelos... Sei... – diz o médico, anotando algo em um caderninho, o que deixa Telmo ainda mais desconfortável – E sobre o que são esses pesadelos? “O que será que esse sujeito tanto anota?”, pensa o paciente, sempre sentindo o desconforto físico...