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Mostrando postagens de maio, 2011

A Vingança dos Nerds

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Quero começar este texto sobre o Dia do Orgulho Nerd com uma afirmação: Eu não sou nerd. Entretanto, como tenho vários amigos que o são, hoje vou falar um pouco desta data. Em 25 de maio de 1977 estreou nos cinemas americanos Guerra nas Estrelas, primeiro filme de uma franquia que é um dos símbolos da cultura nerd e que rendeu bilhões para o igualmente CDF (como se chamava no meu tempo) George Lucas. Tive o privilégio de assistir à fita em 1977, com sete anos, junto com meu pai, no Cine Avenida, em Uruguaiana. Em um outro canto da galáxia, uns anos depois, o inglês nerd e ateu Douglas Adams lançava O Guia do Mochileiro das Galáxias, série de cinco livros que trata com muito bom humor questões filosóficas profundas (embora às vezes não pareça na primeira leitura). O guia que dá título à série seria um manual para os viajantes interestelares, e um de seus conselhos é o de que sempre se deve portar uma toalha, pois esta seria imprescindível para o mochileiro nas mais diversas situações. A

Macaquinhos muito bem remunerados

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Ilustração: Mauro Souza e Chris Borges Quem nunca pagou um mico na vida aí que levante a mão! Situações embaraçosas acontecem com todo mundo. Sabe aquele lance de ver uma mulher que não avistava há tempos, constatar que ela está com uma barriga grande, perguntar se ela está grávida e ela responder que não, mas que vai fazer regime? Pois é, desse tipo de coisa que falo. Mas se a situação, vez ou outra, acontece com todos, ela parece ter certa preferência por algumas pessoas, e uma destas pessoas é, certamente, minha mulher, a ponto de, nas reuniões de família, seus ‘micos’ serem pauta à exaustão. Tem uma famosa vez, por exemplo, há muitos anos, quando nosso primeiro filho, hoje com 17 anos, ainda era bebê de colo e fomos a um casamento. Puseram-nos em uma mesa junto a outro casal (desconhecido) e minha mãe. A outra mulher, que também tinha um rebento no colo, passou a tagarelar com a minha e logo descobriram algo em comum: o nome das duas crianças era Gustavo. Minha mulher ficou feli

O Capelão do Diabo e as moscas sem asas

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No último dia 19 desenvolvemos um trabalho sobre darwinismo na faculdade e pude constatar o quanto a Seleção Natural, postulada por Darwin-Wallace ainda agita os ânimos. Não vejo uma mesma exacerbação de posições, por exemplo, quanto à Teoria da Relatividade de Einstein. Se pensarmos um pouco, logo nos damos conta do óbvio: a Teoria da Evolução é tão controversa por tratar daquilo que mais nos é caro: a vida. Mas essa polêmica não é nova. O próprio Darwin tinha pesadelos ao pensar sobre o quanto sua teoria afetava a visão religiosa de mundo, a ponto de ter afirmado que, por sua teoria, poderia ser considerado o Capelão do Diabo, no sentindo que sua proposição ‘matava’ o conceito de deus. Ainda assim, às vezes ainda me surpreendo o quão pouco as pessoas compreendem a Teoria da Evolução das Espécies e o quanto, sem compreendê-la, se posicionam contra ou a favor. Buscando colaborar na evolução da compreensão da Evolução (com o perdão do trocadilho) e, assim, subir o nível da discussão, ex

Dia Internacional de Desenhar Maomé

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Hoje é o Dia Internacional de Desenhar Maomé, uma iniciativa vem seguindo um cartoon concebido por Molly Norris, o qual surgiu em reacção à censura do episódio do South Park em que Maomé era representado disfarçado de urso e das inevitáveis ameaças subsequentes à integridade física dos seus autores. O objetivo da manifestação não é ofender, mas sim propiciar uma reflexão sobre a liberdade de expressão e dizer um não ao tolhimento da citada liberdade. Nesse sentido, segue abaixo minha modesta contribuição: * Segundo o Google Tradutor, no balão está escrito em árabe: "Viva Dawkins"

A hostilidade do macaco nu

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Na abertura da Semana Acadêmica das Licenciaturas da Unipampa de Uruguaiana tivemos um excelente debate sobre “as dores e as delícias de ser professor”. O tema, interessantíssimo para quem, como eu, está se preparando para, um dia, assumir uma classe, foi bem trabalhado por quem entende do assunto: professores. Mas dentre tudo, o que mais me chamou a atenção foi um questionamento de um dos alunos sobre os recentes incidentes envolvendo violência em sala de aula. Citaram-se desde casos de professores agredidos e bulling , até o caso do atirador da escola do Rio de Janeiro, tristemente famoso nacionalmente. O debate surgido do tema proposto pelo discente fez-me pensar, e pensar faz-me querer escrever sobre o tema. Vamos nos olhar de frente: nós somos macacos violentos. É, leitor, você entendeu certo: macacos. Se você ainda não leu “O Macaco Nu”, de Desmond Morris, faça-o o mais breve possível e você vai entender do que falo. E também sim, não só macacos, mas macacos violentos. “Espera aí

Lição de tolerância

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Quando a professora chegou à aula naquele dia estávamos em ebulição. Bulling , embora não tivesse esse nome naquela época, era um fato muito mais corriqueiro do que agora, uma vez que tinha a aceitação do fato consumado, de “o mundo é assim mesmo”. Ela nos olhou contraindo o cenho, indicando que não estava para brincadeiras, colocando-nos em nosso lugar de aluno, seres inferiores a serem conduzidos como tropa pela professora que não permitia contestação, mormente naqueles tempos de ditadura militar. Olhei-a nos olhos sem desafio, tentando compreender o que ela queria nos passar com aquele semblante carregado, ela me olhou como se não me enxergasse e explicou-nos: — Como a professora de vocês está doente, de laudo, eu sou a nova professora de religião. A turma ficou em suspenso. A antiga professora, pelo menos, demonstrava-se simpática em seus ensinamentos inúteis sobre céu e inferno; a nova, apresentava-se como Tomás de Torquemada pronto para a guerra pela fé. — Sobre o que vocês fala

Meu credo

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(Produção textual “Concepções Pessoais sobre Origem e Evolução da Vida na Terra”, da cadeira Universo em Evolução e Evolução da Vida na Terra, Curso de Licenciatura em Ciências da Natureza, Unipampa, Campus Uruguaiana) Minha professora de Universo em Evolução e Evolução da Vida na Terra, Diana Salomão de Freitas, em uma aula citou-nos o livro “Escrever é Preciso”, um alfarrábio aparentemente interessante (ainda não o li), que tem seu título parodiado de uma famosa frase de Pessoa: “Navegar é preciso, viver não é preciso”, dando-nos (a professora) sua acepção sobre a frase famosa, de que o ‘preciso’ teria o sentido de exatidão, e não de necessidade. Bom, a frase, que nos remete aos Luzíadas, cabe bem em minha concepção sobre a vida na terra, apenas pensando no ‘preciso’ enquanto ‘necessário’ mesmo: Somos um barco carregando genes, que são os reais comandantes, e como tal, é forçoso que naveguemos pela vida, cumprindo nossa faina de nascer, crescer e passar adiante os ditos genes. Qu

Chico Xavier e os tupinambás

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Sabe, é interessante conseguir definir uma palavra, conseguir compreendê-la realmente. Neste final de semana consegui, depois de 40 anos falando, compreender em toda sua extensão o sentido da palavra Tédio (com um T bem grande pra você, como diria o Renato Russo). Bom, começo a história com um ditado que diz que o casamento é uma instituição onde um dos dois está sempre com a razão e o outro é o marido... Olha, não sei se é bem assim, mas o fato de minha mulher ter me convencido a assistir “As Mães de Chico Xavier” no cinema, somente para levá-la, me fez, no mínimo, cético quanto à existência do livre arbítrio marital; some-se a isto o fato de ela estar toda emotiva com o dia das mães e temos a receita explosiva para que o ato de negar-se ir a um evento desses possa resultar em uma noite dormindo no sofá (com toda a dor nas costas que tal repreensão possa representar prum gordinho como eu). Tá certo que eu arrastei ela para assistir “Os Mercenários” e “Criação”, mas vamos concordar: os

Supremo refaz as contas: XX+XY=XX+XX=XY+XY

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Na última quinta (5/5), tive um dia cheio. 7h da manhã estava no ônibus pro trabalho, 19h, discutia o significado biológico da vida na faculdade e, na uma hora de intervalo entre os dois, reunião do Grupo de Estudos em Origem e Evolução da Vida. Cheguei em casa ‘quebrado’, louco por uma cama confortável, mas enquanto comia uma torrada para manter a forma (esfera é uma forma, certo?), passava os olhos pelo e-mail em busca de algo que não pudesse ser deixado para o dia seguinte. Surpresa! Uma mensagem da Liga Humanista Secular (por sinal, muito bem redigida, adoro um texto bem escrito) dava conta do dia histórico: O Supremo Tribunal Federal (STF) aprovara, por unanimidade, o reconhecimento das uniões homoafetivas como união estável. “Já não era sem tempo!”, expresso sorrindo para o monitor, enquanto meu filho mais velho espera impaciente que eu libere o computador e minha mulher pergunta se quero outra rodada de pão, queijo e presunto aquecidos. Sim, caro leitor, cara leitora, já não er

Gaúcho Dentes de Sabre

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    Pessoal, para quem ainda não conhece, recomendo o podcast Fronteiras da Ciência, do Departamento de Física da UFRGS:  http:\\frontdaciencia.ufrgs.br     O desta semana está imperdível, fala sobre os fósseis gaúchos.     O da semana passada também está MUITO bom, fala sobre ateísmo. Para quem se interessa ou apenas quer compreender melhor o tema, não deixe de acessar. Recomendo que acompanhem semanalmente.