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Semana Semana Negra, a revolta da vacina e a dança da morte

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Dnase Macabre: igualando a todos na hora da morte Quem não se liga em história, em especial a história da arte, talvez nunca tenha ouvido falar da Danse Macabre (veja a imagem que abre este texto) , a alegoria artístico-literária do final da Idade Média sobre a universalidade da morte, insipirada nos surtos de peste negra vividos no Século XIII, a qual expressa a ideia de que não importa o estatuto de uma pessoa em vida, a dança da morte une a todos, ricos e pobres, nobres e plebeus, pecadores e santos. Por outro lado, quem não se liga em história talvez nunca tenha ouvido falar da revolta da vacina, um motim popular ocorrido entre 10 e 16 de novembro de 1904 na cidade do  Rio de Janeiro, então capital federal, contra a lei que determinava a obrigatoriedade da vacinação contra a varíola e as campanhas de saneamento lideradas pelo cientista, médico, bacteriologista, epidemiologista e sanitarista brasileiro Oswaldo Cruz durante o governo do prefeito Pereira Passos e do presidente

Kéfera e o feminismo que interrompe

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Kefera (esq):  womansplaning e womanterrupting Se você, como eu, já passou dos 40, é possível que nunca tenha ouvido falar da Kéfera; se for o caso, talvez, como eu, você devesse consultar a Wikipedia, foi lá que fiquei sabendo que essa curitibana de 25 anos e uma atriz, vlogueira e escritora brasileira; assim, acredito que seja muito conhecida por quem não nasceu pouco depois da extinção do último megatério, como é meu caso... Mas como ia falando, nunca tinha ouvido falar da moça até poucos dias atrás, quando vi uma certa comoção nas redes sociais em torno de um debate ente a tal Kéfera e um rapaz em um programa apresentado pela Fátima Bernardes (como um ser originário do Pleistoceno, confesso que prefiro um bom livro a programas da TV aberta…) . Por um lado, via pessoas nas redes sociais comemorando e dizendo que Kéfera havia “sambado” na cara do moleque, por outro, pessoas dizendo que ela teria sido extremamente rude e mal-educada. Confesso (e acho que é outro hábito de quem

Ciência no Velho Oeste: o uso de um podcast na divulgação científica

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Trabalho apresentado no 10º Siepe Unipampa, Santana do Livramento, RS, em 06/11/2018, premiado como melhor apresentação oral na categoria Extensão.  Slides da apresentação INTRODUÇÃO Vacinas são, historicamente, o meio mais efetivo e seguro para se combater e erradicar doenças infecciosas, e quanto a isto há consenso científico (MANDAL, 2018), entretanto, mesmo com o consenso, crescem mundialmente os movimentos anti-vacina (HOTEZ, 2017); como isso é possível? Para Vasconcellos-Silva & Castie (2010), o problema se centra na saturação das informações advindas de meios e fontes plurais; sob o mantra das “versões equilibradas”, dizem eles, os ruídos e rumores de risco, amplificados pelo “efeito celebridade”, acabam gerando um ciclo de informações falaciosas que acabam ocupando os espaços reservados ao conhecimento científico. Vasconcellos-Silva & Castie (op.cit.) afirmam que tal é ainda mais preocupante quando se pensa tratar-se de saúde infantil, na qual decisões equi

Chocante: descobri que não sou ateu...

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Fiquei mais chocado que o Lasier na Festa da Uva... Gente, não é incrível passar mais de 30 anos definindo-se algo e, de repente, sem mais nem menos, descobrir que está errado? Aliás, é ainda pior! Não ‘descobrir’ que está errado, mas descobrirem que você esteve se definindo errado o tempo todo? Pois é, aconteceu comigo, acreditem… desde meus 11 ou 12 anos me definia como ateu, burro que sou! E por que fazia isso? Bem, porque após tomar contato com coisas díspares tais como outras religiões além da que fui criado, filosofia e, principalmente, ter me maravilhado com a ciência após esta ter me sido apresentada por Carl Sagan na série Cosmos; após ter lido os livros que existiam do Sagan, do Stephen Jay Gould e ter tomado contato com filósofos como Nietzsche, compreendi que haviam outras explicações para “isso tudo aí”, e que esta explicação não prescindia de uma divindade. Fui crescendo mas, burro que sou, continuei a estudar e raciocinar; li a Bíblia, li o Corão,

Tortura: crime sem justificativa possível

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Pau de arara: uma das torturas preferidas pelos militares Quem conhece meu blog sabe que o mesmo texto que escrevo aqui é traduzido para o inglês em meu outro blog. Para você que não é brasileiro e está lendo este texto compreenda: o Brasil está tomado pela loucura! Um bom exemplo que tenho visto é a proliferação de supostas “pessoas de bem” defendo não só a volta do regime militar, tema que já tratei anteriormente neste blog, como defendendo as torturas e mortes havidas durante o regime. Em um post, por exemplo, fala-se que a ex-presidente Dilma fala que foi torturada, mas não fala de seus crimes que, segundo o post, justificariam as torturas sofridas. Em outro, é mostrado uma senhora segurando um cartaz onde afirma ter nascido em 1920, dizendo ainda que que não foi torturada ou morta pelo regime militar brasileiro por “não ter matado, não ter assaltado, não ter explodido carros e não ter roubado bancos ou armas”. Quando inquiridos, os proprietários das postagens