A importância do Pink Floyd na educação


A bateria de Mason marcava o ritimo, enquanto o teclado de Wright marcava o fundo da música triste; aguitarra de Guilmor, com seus trinados distorcidos emoldurava a voz e o baixo de Waters, que lançava seu brado: No dark sarcasm in the classroom / Teachers leave them kids alone / Hey! Teacher! Leave them kids alone!

Enquanto isso, na tela, crianças marchavam passivamente para o moedor de carne...

A performance do Pink Floyd na ópera-rock The Wall é a mais perfeita representação que vejo de meu tempo escolar.

Não passava de um nerd em luta contra, em minha visão, professor@s mal-preparad@s, intolerantes e autoritári@s.

Hoje rio-me quando lembro que, lá pelos 12 anos, quando meu hobby era entomologia, ao perguntar a uma professora de ciências qual a etimologia da palavra lepdóptero ela me lascou: borboletas! Somente muito tempo depois, quando tive acesso a um livro sobre insetos fiquei sabendo que era ‘asa escamada’.

Ou da vez em que falei sobre Nietzsche com uma professora de filosofia e ela nunca tinha ouvido falar.

Ou quem sabe da vez em que, em uma discussão, troquei propositalmente a palavra parnasiano por parmeggiana e a professora elogiou meu conhecimento.

Mas do que mais me lembro era a eterna ira contra o aluno que ‘queria saber demais’, que ousava discordar de uma afirmação d@ mestre somente por que tinha lido num livro mais atualizado (onde já se viu!) ou do aluno que, desgostoso com o preconceito religioso foi se afastando cada vez mais da escola, até dela desistir.

Em suma, pela opinião que formei nestes anos, penso que tais profissionais podem sim ser chamados de professor@s – eles têm direito a ostentar o título –, mas nunca deverão ser chamados de educador@s.

Ser educador@, para mim, é envelhecer em corpo mas nunca em espírito, é manter sempre acesa a chama da curiosidade infantil, do prazer em aprender, em dividir o conhecimento, é não se acomodar em pedestal de ‘quem tudo sabe’, mas sim ter humildade de dizer: ‘não sei, vou pesquisar e te digo depois’, é orgulhar-se em despertar a curiosidade, é ter prazer em ser superado!

Nesse sentido, quando penso sobre o educar, lembro de um professor de xadrez meu conhecido, aquém nada dá mais prazer do que quando um@ alun@ vence uma partida sem que ele lhe facilite (o que não é tão difícil, pois ele não jogo lá tão bem); ele sente, em suas próprias palavras, o deleite de ter cumprido minha missão, de despertar sua curiosidade, de – mesmo limitado por parco conhecimento –, ter repassado a outro ser humano o pouco que sabe e, acima de tudo, ter lhe mostrado ferramentas com as quais el@ pode, a partir dali, dar seus próprios passos, buscar outr@s mestres mais qualificad@s e, um dia, tornar-se el@ mesmo o mestre.

Por pensar assim, concluo que a eterna formação não deve ser uma opção, mas uma obrigação, um objetivo e, acima de tudo, um prazer para quem realmente quer ser titulad@ como educador@.

Caso contrário, você não passará de um@ professor@ jogando seus alun@s de faces impassíveis no moedor de carne, Ei! Professores! Deixem essas crianças em paz!

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